Se São Paulo fosse o Brasil estaríamos bem, em matéria de consumo de vinho. Estaríamos bem próximos aos EUA, que, com seus 10 litros anuais por indivíduo – numa população que ultrapassa dos 300 milhões de habitantes – é o maior consumidor do mundo, superando a França nos últimos anos.
A população da metrópole é de mais de 12 milhões de pessoas (21 milhões considerando a região metropolitana), é destino turístico de todo tipo, de mais 15 milhões de pessoas/ano, fazendo com que, do ponto de vista do consumo, seja um país de quase 37 milhões de habitantes. São turistas de outros pontos do país + argentinos, franceses, colombianos, alemães e norteamericanos, com um gasto médio diário por turista de R$591,00 para estrangeiros e R$511,00 para brasileiros.
Esta massa de consumidores permite a São Paulo a absorção de 29% dos vinhos em oferta no Brasil, o que significa algo em torno dos 127 milhões de litros, que, divididos pela população local (com a ajudinha dos estrangeiros que não entram na estatística), perfazem mais de 8 litros per capita/ano, o que é muito acima da média estável de consumo do país, ao menos 3 vezes menos do que isso, quando se reune tintos, brancos, rosados, espumantes e tranquilos.
Estes números explicam a oferta de vinho em São Paulo crescente nas gôndolas dos supermercados, nos restaurantes, nas lojas especializadas. Explicam em parte, o agro-negócio estar trocando tomate por vinho, feijão por vinho, milho por vinho, leguminosas por vinho etc. Porque não faz sentido produzir-se em toda parte como agora, onde até Goiás, Chapada da Diamantina, norte e centro de São Paulo, Bolívia e outros lugares esdrúxulos à pratica do plantio da vinha, estejam dedicando seu capital agrário em atividade como esta, migrando parte do erário conquistado com outras atividades industriais (Cecrisa, Malwee), agrárias monoculturas (Citrosul), pecuária e genética (Guatambu), comunicação (Bueno), mineração (Guaspari) e tantas outras para esta atividade que dá notoriedade de nicho
para alguns poucos.
São Paulo explica com seus citados 29% dos vinhos do país, entre importados e produzidos em território nacional, de longe a localidade de maior consumo, entre brancos e tintos, espumantes e tranquilos, de uvas americanas e de uvas europeias.
Significa dizer que se consumimos, país afora, em torno de 440 milhões de litros por ano (2,2 litros per capita/ano), 132 milhões são consumidos em São Paulo, ou seja, quase o que se consome nos EUA, quase 1/3 do consumo da Argentina, da França e da Alemanha.
Esta massa de turistas que praticamente dobra a população consumidora da cidade, traz seus hábitos de onde vêm, esperando encontrar postos de consumo por onde passa. São turistas que – do ponto de vista do vinho – só fortalecem a presença do vinho e sua diversidade!
São Paulo continua explicando porque aqui se concentra o novo consumidor do vinho, homem ou mulher, jovem de menos de 25 anos que gosta de vinhos tintos mas também não descarta os rosados e os brancos, espumantes ou tranquilos, de acordo com pesquisa recente do centro de pesquisas vinculado ao grupo que publica a Revista Adega. O vinho entra na onda da juventude, toda vez que tem alguém na turma que puxa o consumo. Os outros da turma vão atrás, sem grandes resistências.
Propomos, o Bijari e eu para a Ibravin, para os produtores, vendedores, distribuidores e agregados, uma série de atividades culturais para realizar um espaço do vinho que viralize, que seja a matriz de tantos outros.
Um lugar que promova cultura e vinho em todas as frentes que interessam aos jovens. Estes mesmos que estão criando um nicho consumidor de cervejas especiais, que se espalham por bares cidade afora, voltados exclusivamente para produtos ditos artesanais.
Atividades culturais, que invadam a Praça, que dividam espaço com os food trucks, que não deixe para todos os concorrentes a primazia das ruas, que rivalize, que se torne uma alternativa de programa descolado.
Mas nada entusiasma os diretores da Ibravin se não houver dinheiro alocado para a iniciativa. Falta parceiros endinheirados, falta flexibilidade dos incentivos.
É preciso dinheiro. É preciso ver no horizonte um espaço do vinho. Procuramos investidores.
Artigo legal, em todos os sentidos, seu wine coach.
Vendedor honesto sem a babaquice desonesta fedorenta publicitária.
Que venha o vinho!
Tim-Tim.
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Tim-Tim, seu topete e seu cachorro