Abril, foi o mês de Chateauneuf du Pape branco e tinto, Hermitage, Cote Rotie, Plan de Dieu e Muscat Beaumes de Venise.
Difícil imagina algo superior, visto que todas as amostras responderam super bem ao chamado dos olhos, narizes e bocas.
Começamos os trabalhos com o Branco da região de meridional, onde os Papas do século XIV passavam o verão, um pouco para escapar do calor provençal, um pouco para se livrar do fedor sufocante, espalhado como um ventilador divino pelo vento Mistral, sempre presente. Terminamos com o branco de sobremesa, o Muscat que é considerado uma joia única pelos franceses, no mesmo patamar de qualidade que seus excepcionais tintos, meritosos de nota máxima, por muitos dos principais degustadores do mundo.
CHATEAUNEUF DU PAPE C.ANONYME, XAVIER VIGON 2019 Blanc – 14,5% de álcool – Grenache Blanc 55%, Roussanne e Clairette. A Roussane passa 6 meses em madeira Consultor de mais de 200 adegas, Xavier Vignon é enólogo, muito antes de ser produtor. De sua adega saem vinhos elegantes e equilibrados, considerado um ícone da Appellation por RParker. O álcool, que poderia parecer excessivo para um vinho branco, está extremamente incorporado e fundamental na impressionante estrutura que este vinho tem, provavelmente ao processo passado pela Roussanne, enquanto as outras duas uvas ficam responsáveis pelo frescor e mineralidade do todo. Se pudesse escolher um vinho branco para o resto da vida, este estaria entre os favoritos.

A DEGUSTAÇÃO E PRECEDEU O
MIX DE CORDEIRO E A BATATA EM DAUPHINE
CHATEAUNEUF DU PAPE C.ANONYME, XAVIER VIGON 2017 – 15% de álcool – Grenache, Vaccarèse, Counoise, Mourvèdre, Cinsault, Terre noir. Os Chateauneuf du Pape abriram os trabalhos. Este vinho entrou na prova, um pouco para mostrar o outro lado divino da região, o único meridional, prova suprema desta AOc que se permite 13 uvas para misturar. Enquanto a maioria dos provadores adoraram o vinho, um de nossos parceiros, insistiu, nas duas fases da degustação – sem e com comida para harmonizar – que o vinho era indiferente, provavelmente porque sua predileção por vinhos mais alcóolicos e amedeirados, não lhe permite abrir-se para a diversidade.
HERMITAGE FERRATON 2014 – 13,5% de álcool, 100%Syrah, 14 meses em carvalho. Vinho biodinâmico desde sempre. Grande vinho, faz juz à fama da AOc, pleno de complexidade e tensão entre as especiarias que procuram protagonismo no blend de notas do primário e do terciário. Nota máxima, de acordo com boa parte dos degustadores.
COTE ROTIE MADINIÈRE 2013 – 88%Syrah, 2% viogner – 18 meses de barrica – 13% de álcool – Vinho de muito tanino, frutas e especiarias típicas de Syrah em ambiente frio. Os taninos domados pela madeira e pelo tempo, fizeram deste ícone o preferido por parte dos degustadores. Curiosamente, a presença mínima da viognier na mistura, é sentida pela acidez e uma leve carga de frescor, apesar da idade avançada do vinho.
FAMILLE PERRIN MUSCAT BEAUMES DE VENISE 2020 –15% vol de álcool, Muscat Blanc à petit e à gros grains, 125g/l de açúcar residual