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As perdas podem chegar ao bilhão de Euros a cada ano, praticamente 10% do total.
traduzido livremente de artigo de Rémi Barroux para o LE MONDE | Publicado em 19.06.2018
O gesto é preciso, cirúrgico e rápido.
Thomas Chassaing – enólogo e mestre do Conselho da Câmara da Agricultura da região do Maine-et-Loire – faz um corte bem definido no porta-enxerto e introduz outros enxertos, cortados na diagonal por se encaixarem melhor na ranhura aberta. Essa técnica, chamada de leiffage, é delicada e requer boa preparação e treinamento. Ela é a recomendada pelo Conselho.
Aqui, nesta parcela da propriedade de Lavigne, em Varrains, Maine-et-Loire, a poucos quilômetros de Saumur, vários vinicultores participam desta demonstração, em busca de soluções contra o mal que ataca suas vinhas: o declínio afeta de 15% a 20% da vinha francesa e não poupa as videiras no exterior.
As doenças que estão causando este desastre são fungos como a Esca ( a partir de um cogumelo) – de acordo com o Instituto Nacional de Investigação Agrícola, a Eutypiose e a “dieback Botryosphaeria”. Esta última é relatada na maioria das áreas de viticultura, do Norte e do Sul, Europa, Austrália, Líbano, África do Sul … Sua aparência remonta uma dúzia de anos, em Touraine e Jura, antes de chegas às outras regiões vinícolas.
Estas doenças, algumas conhecidas há vários séculos, são manifestadas pela necrose da madeira e pela presença da podridão branca no interior da madeira. Nas folhas, descoloração, ressecamento e distúrbios vasculares também são notados.
O declínio de uma videira pode ser lenta ou “apoplética”, matar em poucos dias. Em algumas vinhas, não é incomum ver 50% de uma parcela afetada pela Esca. “O declínio é violento, é um pouco como a crise do filoxera no século XIX. Em algumas áreas, representa 5% a menos de rendimento todos os anos, ou seja, a perda da metade da produção em 10 anos “, conta Jean-Martin Dutour, presidente da Interprofession des Vins du Val-de-Loire et Négociant Viticulteur em Chinon (Indre-et-Loire)
“Dieback Multifatorial”
Ao mostrar a ação, Thomas Chassaing recomenda a dezenas de viticultores presentes num encontro entre a Entidade e produtores reunidos no vinhedo Pascal Veron, as vantagens desta técnica em confronto com a mais conhecida, que é simplesmente substituir os pés afetados por outros novos.
As vantagens da técnica demonstrada: mais barata, e mais eficaz que a replantação (complantation, em francês) – a troca de cepas mortas por pés novos.
De fato, a técnica permite a planta se servir da raiz já implantada do porta-enxerto, que não precisa desenvolver, em concorrência com as outras vinhas vizinhas mais antigas. Um sinal colocado na trama permite notar que « o retorno à produção plena se dá em dois anos, contra sete a nove anos da técnica concorrente” sendo que sua implantação custa até 3 Euros por pé, contra os 10 Euros do “Complant”.
«Até 2001, a gente tinha direito ao arsenito de soda(arsénite de soude), que freia estas doenças.Tivemos razões para acabar com esta prática, mas não se encontrou produto em substituição. As vinhas que plantamos nos anos 1970, subsistiram com perdas aceitáveis. Mas a partir do começo dos anos 2000, as doenças progrediram para um pé doente a cada 10», testemunha Bernard Artigue, presidente da Câmara da Agricultura de Gironde.